Assim como nos resultados do vestibular 2024 da Universidade Federal do Paraná (UFPR), com 46% de aprovados oriundos da rede estadual, os alunos das escolas públicas estaduais se destacaram no vestibular da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), conquistando 39% das aprovações. Ao todo, 7.642 estudantes se inscreveram e 2.420 foram aprovados. Destes 948 são da rede estadual de ensino.
Carlos Eduardo Alves da Silva, de 19 anos, é um deles. Egresso do curso Técnico Integrado de Edificações do Colégio Estadual do Paraná (CEP), o jovem foi aprovado no 1º lugar, por cota de escola pública, no curso de Engenharia Civil. Paraibano, filho de uma dona de casa e de um segurança, residente em Curitiba desde 2011, o jovem relata que a família sempre lidou com dificuldades, mas que a educação foi um ponto de grande atenção em sua trajetória.
“Nem consigo enumerar quantas coisas meu pai já fez. Quando eu era pequeno, ele foi caminhoneiro, pedreiro, catador de melão, tudo o que você imaginar na vida. Quando a gente chegou em Curitiba, ele começou a trabalhar como segurança e continua nessa área”, afirma.
Carlos já atua na área de construções, e enquanto cursava o Ensino Médio trabalhava e estudava, numa rotina dividida entre os deslocamentos de sua casa, em Fazenda Rio Grande, Região Metropolitana de Curitiba (RMC), até o colégio e, depois, ao emprego, no Boqueirão.
Por conta do tempo escasso, o rapaz relata que não tinha uma rotina de estudos em casa, nem fez cursinho pré-vestibular. “Foi o que eu vi em sala de aula que me ajudou. No ano passado eu tinha feito vestibular de inverno como treino, mas esse de agora foi bem mais difícil. Fui para as provas com os conteúdos vistos em sala de aula, não conseguia estudar em casa”, afirma.
Entusiasmado para iniciar a nova etapa da vida acadêmica, Carlos conta que cursar Engenharia Civil é um sonho de infância. “Eu sempre quis fazer. Acredito que o mundo não seria o mesmo sem os engenheiros. Sempre gostei da ideia de resolver, solucionar problemas”, diz.
O estudante ainda ressalta que sua formação no Curso Técnico Integrado ao Ensino Médio fez diferença em sua vida. “Posso afirmar que essa capacitação me coloca em posição de vantagem em relação aos futuros colegas de graduação que não têm conhecimento prévio na área da construção civil, já que o curso técnico em edificações forneceu uma vivência do trabalho prático em projetos e obras”, destaca.
“Os professores tiveram papel fundamental na minha formação desde profissionalmente até como eu sou hoje, como pessoa. Saio do CEP bem diferente. A ideia que eu tinha das coisas, do mundo, as aulas de ética profissional, por exemplo, conseguiram abrir mais o meu leque de pensamentos”, finaliza Carlos.