O beco e a saída

Venâncio Domingos Vicente

Sinuca-de-bico ou beco-sem-saída são entes siameses. Neste último se meteu o magistério do Paraná.

Escrevo este texto por pura necessidade de mostrar o absurdo que é uma greve que se perpetua sem perspectivas de uma solução minimamente aceitável.

Quando a busca por um direito, fere direitos de terceiros inocentes perde a legitimidade e torna-se uma espécie de extorsão, um achaque!

Os professores estão em greve a perder de vista. Ninguém consegue enxergar o fim dessa enrascada. É que a questão tem ingredientes estranhos aos objetivos da demanda. Essa própria está mesclada de vários motes: salário, previdência, e ranço político, talvez o principal foco da pendenga.

Seja como for! A legitimidade não está nem deixa de estar aí. Ela está num terceiro elemento: terceiros. Os terceiros têm seus direitos suprimidos por essa greve: novecentas mil crianças e ou jovens têm negado o legítimo direito à educação de qualidade. São submetidos a um prejuízo irreparável para toda vida: osconhecimentos que não lhes foram fornecidos na época propícia.

Vamos repor as aulas, dizem os grevistas. Até pode, mas é uma reposição de mentirinha. Por isso o ensino acaba sendo uma farsa: o professor faz de conta que ensina, o aluno faz de conta que estuda; faz de conta o professor que avalia e faz de conta o aluno que aprende. O resultado é um IDE vergonhoso que nos estampa na cara a falência do sistema de ensino.

Aluno, pela origem da palavra, é o ser que precisa ser alimentado. Nós fazemos, nesse sentido, coisas ridículas: deixamos sem alimento a criança por 60 dias e queremos, em seguida, fazê-la engolir, num dia, o alimento que não lhe foi dado em meses anteriores.

Essa greve deixa patente uma coisa triste: o valor que, no Brasil, se dá à educação. Nenhum! Tem menos valor que 3% do salário do professor, tanto para os governos, quanto para os professores. 3% do salário é o “x” da questão. Egoísmo de um lado, desarranjo orçamentário do outro!?...

Vi mães professoras apoiando a greve, ao lado do filho que segurava pela mão. Certamente, esse filho estava matriculado numa escola particular. Ou então, ela não foge à regra: a educação não vale nada para nós brasileiros. Exceção seja feita, a bem da verdade, em época de campanha política, em que a educação é prioridade 1 (UM). Nesse furdunço, perde a sociedade paranaense, perdem de forma dramática os jovens. Ninguém ganha! Então por que continuar?

O que fazer para pôr fim a essa greve?

Boa vontade e diálogo, com vistas ao futuro da nossa juventude! Egoísmo, fora!

Venâncio Domingos Vicente é presidente da APADE.


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