O primeiro dia da 67.ª Reunião da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), sediada este ano na Universidade Federal de São Carlos, em São Paulo, foi de muito movimento e com público diversificado, formado por pesquisadores, professores, estudantes e curiosos de todas as idades.
Os auditórios e exposições lotados confirmam o resultado da pesquisa Percepção Pública da C&T no Brasil, divulgada ontem (13) pelo ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Aldo Rebelo. O levantamento, feito pelo Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), mostra que os brasileiros têm grande interesse pelo assunto. De acordo com a pesquisa, 73% dos brasileiros acreditam que ciência e tecnologia trazem mais benefícios do que malefícios para a humanidade.
Apesar de o interesse ser grande, os brasileiros alegam ter pouco acesso à informação científica. Pela pesquisa, somente 6% dos entrevistados lembram-se do nome de algum cientista brasileiro e apenas 12% lembram-se do nome de instituições de pesquisa.
Para o presidente da Academia Brasileira de Ciência, Jacob Palis, a difusão científica deve passar também pela criação de celebridades. Ele citou como exemplo o cientista Artur Ávila, 37 anos, o primeiro matemático do hemisfério sul, formado no hemisfério sul, a ganhar a medalha Fields, considerada o Prêmio Nobel de Matemática. "Temos que por o foco nele. Se não tivermos heróis, fica difícil. A sociedade está muito distraída, precisa de referências“, salientou.
A presidente da SBPC, Helena Nader, concorda. Para ela, assim como os ídolos do esporte motivam novos atletas, na área científica precisa acontecer o mesmo. “Se a gente conseguir romper essa barreira, os jovens podem querer ser cientistas e professores“, avaliou.